Carlos Marighella foi um político, guerrilheiro e escritor brasileiro, que teve papel destacado no partido comunista brasileiro e foi um dos principais organizadores da luta armada durante a ditadura militar instalada no Brasil partir de 1964.
Se vivo Marighella, estaria completando hoje(05/12) 104 anos .
Um dos sete filhos de uma família pobre de Salvador, seu pai era o operário Augusto Marighella, imigrante italiano da região da Emília e da baiana Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos africanos hauças trazidos do Sudão. Nasceu na capital baiana, residindo na Rua do Desterro 9, Baixa dos Sapateiros , onde concluiu o seu curso primário e o secundário e, em 1934 abandonou o curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Bahia para ingressar no PCB Tornou-se então, militante profissional do partido e se mudou para o Rio de Janeiro , trabalhando na reorganização do PCB.
Conheceu a prisão pela primeira vez em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor Juracy Magalhães. Libertado, prosseguiria na militância política, interrompendo os estudos universitários no terceiro ano, em 1934, quando deslocou-se para o Rio de Janeiro.
Em 1º de maio de 1936, durante a ditadura na Era Vargas , foi preso por subversão e torturado pela polícia de Filinto Muller. Permaneceu encarcerado por um ano. Foi solto pela “macedada” (nome da medida que libertou os presos políticos sem condenação). Ao sair da prisão entrou para a clandestinidade, até ser recapturado, em 1939. Novamente foi torturado e ficou na prisão até 1945, quando foi beneficiado com a anistia pelo processo de redemocratização do país.
Elegeu-se Deputado Federal constituinte pelo PCB baiano em 1946. Nesse período teve um breve relacionamento com Elza Sento Sé, operária da Light, com quem acabou tendo um filho, Carlos Augusto Marighella, nascido a 22 de maio de 1948 no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano Marighella voltou a perder o mandato, em virtude da nova proscrição do partido.
Voltou para a clandestinidade e ocupou diversos cargos na direção partidária.
Convidado pelo Comitê Central, passou os anos de 1953 e 1954 na China .
Em maio de 1964, após o golpe militar foi baleado e preso por agentes do DOPS o de um cinema, no Rio. Libertado em 1965 por decisão judicial, no ano seguinte optou pela luta armada contra a ditadura, escrevendo A Crise Brasileira .
Em dezembro de 1966, renunciou à Comissão Executiva Nacional do PCB. Em agosto de 1967, participou da I Conferência da OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade), realizada em Havana Cubana , a despeito da orientação contrária do PCB. Aproveitando a estada em Havana, redigiu dedicado à memória do guerrilheiro Che Guevara e tornado público pelo Jornal do Brasil em 5 de setembro de 1968. Foi expulso do partido em 1967 e em fevereiro de 1968 fundou o grupo armado Ação Libertadora Nacional Em setembro de 1969, a ALN participou do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em uma ação conjunta com o Movimento Revolucionário 08 de Outubro (MR-8).
Com o recrudescimento do regime militar, os órgãos de repressão concentraram esforços em sua captura. Na noite de 04 de novembro de 1969, Marighella foi surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista. Ele foi morto a tiros por agentes do DOPS, em uma ação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury A ALN continuou em atividade até o ano de 1974. O sucessor de Marighella no comando da ALN foi Joaquim Câmara Ferreira , que também foi morto por Fleury no ano seguinte. Os militantes mais atuantes em São Paulo eram Yuri Xavier Ferreira , Ana Maria Nacinovic Correia... que continuaram fazendo panfletagem contra a ditadura até meados de 1972, quando também foram mortos numa emboscada no bairro da Mooca, ao saírem do restaurante Varela. Dezoito de seus militantes foram mortos e cinco foram considerados desaparecidos. O último líder da ALN foi Carlos Eugênio Sarmento da Paz ,que sobreviveu auto exilando-se na França, voltando ao Brasil após a anistia.
A conexão de Marighella com os freis Dominicanos no bairro Perdizes em São Paulo era conhecida por agentes norte-americanos desde dezembro de 1968, informada pelo frei Edson Braga de Souza.
Em uma emboscada preparada contra Marighella, foram detidos Tito e seus amigos de convento (exceto Frei Oswaldo). Frei Fernando foi obrigado a combinar um encontro com Marighella. Eles tinham um código que auxiliou na emboscada: "Aqui é o Ernesto, vou à gráfica hoje". O encontro foi marcado na Alameda Casa Branca, uma rua próxima ao centro da cidade de São Paulo.
No dia do encontro, havia uma caminhonete com policiais e um automóvel, com supostos namorados (onde Fleury disfarçou-se), além do fusca com Fernando e Ivo.
Ao chegar na Alameda, às 20h00, dirigiu-se ao Fusca e entrou na parte traseira. Frei Ives e Fernando saíram rapidamente do carro e se jogaram no chão. Percebendo a emboscada, imediatamente reagiu à prisão e foi morto. Marighella seguiu as normas de seu manual. Portava um revólver e levava duas cápsulas de cianureto .
Além de Marighella, outras três pessoas foram atingidas durante o tiroteio.
Hoje data do seu aniversário , não poderíamos deixar esquecido .
Parabéns ao ilustre baiano Carlos Marighella !
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Blogueiro/ responsável :Márcio C. Pimentel
Endereço / Google : Marcio News Agora
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