Três meses após a morte do delegado de polícia Arthur Correia de Oliveira (29), plantonista da 1ª Delegacia Territorial de Polícia Judiciária de Euclides da Cunha, o repórter José Dilson Pinheiro, do Site euclidesdacunha.com publicou na página Euclides Acontece, uma chamada para os internautas convidando-os para lerem reportagem do dia seguinte, na qual afirmava que a morte do delegado teria sido por suicídio e não em decorrência do acidente de automóvel ocorrido na manhã do dia 27 de fevereiro de 2017, conforme havia sido comentado.
A manchete repercutiu imediatamente e este repórter recebeu uma ligação telefônica de uma autoridade policial que pedia para suspender a matéria, até que o inquérito instaurado para apurar a morte de Dr. Arthur fosse concluído, já que o IML ainda não havia finalizado todos os laudos de exames enviados pelos peritos criminalísticos que haviam atuado no caso.
O pedido foi levado ao conhecimento da direção do site, que prontamente atendeu à solicitação da autoridade policial e retirou da página de notícias a manchete que anunciava o gravíssimo e lamentável incidente acontecido com uma autoridade policial bastante produtiva, reservada, que levava muito a sério a carreira de delegado de polícia, nomeado há menos de um ano para o cargo, onde ficaria até ser nomeado promotor de justiça do Estado de Pernambuco, seu estado de origem, onde havia sido aprovado em concurso público, segundo informações.
Decorridos quase sete meses, no último dia 18, este repórter foi informado que os laudos periciais analisados, entre eles, os exames de resíduos coletados na mão direita, estavam contaminados por partículas de chumbo para presença de resíduo de projétil de arma de fogo apresentou resultado positivo para chumbo na amostra examinada. Exame no fragmento de pelo do periciado para pesquisa de resíduo de arma de fogo apresentou resultado positivo para chumbo na amostra examinada. Além de fragmentações na coroa craniana, muito comum em casos de suicídio com arma de fogo, neste caso, uma pistola Taurus calibre .40mm, que o delegado usava e fora encontrada dentro do veículo, mais dois pentes com capacidade para 15 munições, totalizando 45 munições, mas apenas uma havia sido deflagrada.
Os peritos concluíram que “Dr. Arthur faleceu de Traumatismo Craniano-encefálico resultante de disparo de arma de fogo encostado”, confirmando a informação do site euclidesdacunha.com, quando publicou que a morte do delegado teria sido por suicídio e não por causa de ferimentos decorrentes do capotamento do veículo Fiesta prata que conduzia naquela fatídica manhã de domingo de carnaval, quando o mesmo se encontrava a caminho de Recife, onde passaria dias de folga junto a familiares, depois de cumprir escala de serviço.
Relembrando o caso: na manhã do dia 27 de fevereiro de 2017, um comunicado feito por um frentista de um posto de combustíveis, em Bendegó/Canudos, a uma guarnição da Polícia Militar, após ter sido avisado por um técnico em telefonia que passara pelo local e percebera que um automóvel havia capotado e se encontrava em uma área de baixada na proximidade da fazenda Serra Rosa, a menos de 1km do posto de combustível.
Após ter sido comunicada, a guarnição policial se deslocou até o local e após verificar o veículo e os documentos que a vítima carregava e se espalhara dentro do carro e o tipo de arma que portava, suspeitou tratar-se de policial e fez o contato com a 1ª DT, em Euclides da Cunha, sendo deslocada uma equipe comandada pelo delegado Caio Wagner para averiguar a informação. Ao chegar ao local, por volta das 11h, os investigadores reconheceram o carro e o corpo do delegado, sendo acionado o Departamento de Polícia Técnica e IML para perícia e remoção do corpo, dando início ao trabalho de investigação do caso.
Durante as investigações, a equipe descobriu um vaqueiro que presenciara o momento em que o automóvel que descia a ladeira, supostamente havia estourado um pneu, mas que um caminhão de carroceria baú havia parado em local próximo, levantando a suspeita de que um acidente houvera acontecido, já que o automóvel não passou próximo da fazenda, de onde pode ser observado o movimento de veículos na BR 116/Norte (Santos Dumont).
Em depoimento ao delegado Paulo Jason de Melo Falcão, que havia determinado rigorosa apuração do fato, a testemunha relatou o que presenciara, confirmando a suspeita de um experiente investigador, que após examinar preliminarmente o interior do veículo, observar a posição do corpo no banco e da mão direita, pigmentos de sangue espalhados pelo teto e portas, além de o orifício acima da orelha direita, logo suspeitou que estava diante de uma quadro de suicídio e que o suposto estouro de pneu que a testemunha havia relatado, na verdade teria sido o barulho provocado pelo disparo da arma da vítima, feito com o veículo em movimento e que prosseguiu descontrolado na pista de rolamento até perder o prumo, sair da pista e capotar várias vezes, indo cair em uma baixada, contudo, com todos os pneus intactos.
Ficou constado também, que não havia outra pessoa no veículo, pois a vítima permanecia sentada em seu banco e a porta do lado direito não abria. Logo, a hipótese de que o acidente teria acontecido por causa de um pneu que havia estourado, não se confirmava, mesmo por que a pista, no local, encontrava-se em bom estado de conservação, contrariando a versão inicial de acidente causado por um buraco na pista ou colisão contra a mureta de uma pequena ponte existente na proximidade, seguida de estouro de pneu.
Familiares foram comunicados e os pais de Dr. Arthur, bem assim a esposa da vítima, que é advogada, se deslocaram para Euclides da Cunha, onde foram ouvidos pelo Dr. Paulo Jason, além de terem visitado o local do incidente, seguido de acidente, juntamente com uma equipe de agentes policiais civis e delegado.
Em seu depoimento, a Drª Alessandra Patrícia Martins Félix de Souza, casada com Dr. Arthur, disse que o marido era uma pessoa calma e reservada, mas que ultimamente vinha se queixando do excesso de trabalho, que estava preocupado com a conclusão de um inquerido cujo prazo estava se esgotando e tinha receio de não concluir a tempo de ser enviado para a Justiça, que inclusive havia acabado de chegar de uma viagem à Petrolina, onde fora ouvir uma vítima de tentativa de homicídio acontecido em Euclides da Cunha, que se encontrava internada em um hospital daquela cidade pernambucana, para onde teria sido transferida.
No dia 23 de fevereiro, quatro dias antes do incidente, o casal voltou a se falar e Dr. Arthur parecia um pouco inquieto, sendo aconselhado a não viajar de automóvel para Recife, pois a viagem era longa e cansativa; dois dias depois novos contatos foram feitos e ao ser perguntado se estava mais calmo, respondeu afirmativamente e encerrou a conversa com uma mensagem: “não quero lhe deixar preocupada, perdoa, te amo”. A esposa revelou que chegou a comprar uma passagem de avião de Petrolina para Recife, para que o marido evitasse fazer uma longa viagem de carro, mas Dr. Arthur não seguiu o conselho dela, segundo informou. O corpo do delegado foi trasladado para a cidade pernambucana de Limoeiro, onde foi sepultado no Cemitério de São João Batista.
Fonte : www.euclidesdacunha.com
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