Um ensaio clínico francês com o medicamento tocilizumabe, um antiinflamatório para a artrite reumatoide, revelou resultados promissores em casos graves de covid-19, segundo cientistas e autoridades de saúde da França. O medicamento reduziu "significativamente" a proporção de pacientes que tiveram de ser internados em unidades de terapia intensiva ou morreram, na comparação com doentes que receberam o tratamento padrão, ou seja, antibióticos, oxigênio e anticoagulantes, segundo a Assistência Pública - Hospital de Paris (AP-HP), que realizou o estudo. No total, 129 pacientes com covid-19, com pneumonia moderada ou grave — que precisavam de oxigênio, mas não estavam intubados em um respirador — participaram do estudo clínico realizado em 13 hospitais de Paris e seus arredores.Entre os pacientes, 65 receberam o tratamento habitual mais o tocilizumabe (uma ou duas injeções em 14 dias) e os outros 64 apenas a medicação padrão durante esse mesmo período. Os cientistas também observaram que não houve diferenças em termos de efeitos colaterais entre os dois grupos. Os resultados deverão ainda ser confirmados por testes suplementares e publicados em uma revista científica, o que deve ocorrer nas próximas semanas. Os pesquisadores da AP-HP preferiram não revelar dados mais precisos desses resultados ainda preliminares. Não se sabe ainda qual foi a diminuição do número de mortes ou de casos em que foi evitada a transferência para terapias intensivas. Eles se limitaram a dizer que, em razão da pandemia, se sentiram "obrigados" a comunicar a informação enquanto aguardam a avaliação, por outros cientistas, de suas conclusões iniciais. "É o primeiro medicamento testado em um ensaio clínico em que se observa um efeito significativo" informou a direção geral da Saúde da França, ligada ao ministério da pasta, que menciona ainda "resultados encorajadores". O tocilizumabe, um modulador do sistema imunológico fabricado pela Roche bloqueia o receptor de uma proteína do sistema imunológico que tem um papel importante no processo inflamatório. Cientistas vêm afirmando que a chamadas "tempestade de citocina", uma reação hiperinflamatória de origem imunológica, pode ter um papel-chave nos casos graves de covid-19, levando a uma insuficiência respiratória aguda que pode provocar a morte. As citocinas são substâncias produzidas pelo sistema imunológico para regular sua ação. Elas favorecem a reação inflamatória, que é uma resposta de defesa do organismo contra uma agressão, como um vírus. Mas no caso da "tempestade de citocina", o sistema imunológico fica desregulado e há reações inflamatórias que podem causar a morte.
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